Baixe aqui o seu e-book “As fases do Parto”

Olá!

Seja bem-vinda! Bem-vindo!

Parabéns pelo bebê que está chegando e por você estar buscando conhecimento e um parto respeitoso. Informação é a chave para se empoderar e se apropriar desse momento tão importante e único, que é SEU!

Nesse e-book, você vai conhecer As Fases do Trabalho de Parto, ou seja a Fisiologia do trabalho de parto. Entender o que acontece em cada uma das etapas e as principais recomendações para se entregar ao processo, ou para ajudar a parturiente. Um conteúdo fundamental para que a mulher e o acompanhante estejam tranquilos e confiantes quando o grande dia chegar. Sabendo o que pode ser feito para dar conforto, o que deve ser evitado, e que esse evento é único e totalmente diferente para cada mulher.

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A autora

Sou a Marina Morena, doula, instrutora de Yoga para Gestantes e Mães e Bebês e fotógrafa de parto. Um tripé que me permitiu acompanhar nos últimos 5 anos a jornada de dezenas de mulheres em sua gestação, parto e puerpério. Também sou jornalista e vice-Diretora de Comunicação da Associação de Doulas do Estado do Rio de Janeiro. Recentemente passei por tudo o que você está passado, sou mãe da Elis, de 2 aninhos, que nasceu em um parto transformador!

Baixe também:
Áudio de relaxamento guiado para a gestação

Curso online de Preparação para o Parto

Preparação para o Parto é um curso RÁPIDO e PRÁTICO, com conteúdos e exercícios de preparação física e emocional para viver o dia mais incrível da sua vida Desenvolvido com muito carinho para você que está gestante e seu acompanhante, seu companheiro ou companheira, se informarem e se sentirem seguros no dia do parto. O curso tem três módulos, divididos da seguinte forma: Módulo 1 – Exercícios de Yoga para a gestação, Módulo 2 – Trabalho de parto e parto e Módulo 3 – Pós-parto e amamentação.

Depoimentos sobre o curso

Achei incrível o curso ficar disponível em uma plataforma. Permite que eu possa ver quando puder, e quantas vezes quiser. Comecei minha preparação com 30 semanas e, se eu pudesse, teria começado mais cedo

Mayra Souza, com seu bebê de 23 dias

Eu tinha muitos medos e percebi que eram gerados por falta de conhecimento sobre as etapas do parto. Conhecer melhor o meu corpo e o que eu vou passar tem trazido muita segurança. Tem sido incrível estudar junto com o meu marido. Um momento de muita conexão

Isadora Motta, com 33 semanas de gestação

A Marina é didática e o curso é muito elucidativo. Vai direto ao ponto, não tem blablablá, nem enrolação. Aprendi muito e estou bem mais segura para buscar o parto que eu quero pra mim e pro meu filho. Os exercícios de respiração e para evitar inchaço também tem me ajudado demais. Acho o curso superprático

Lectícia Maggi, com 21 semanas de gestação

Relato de Parto da Mayra – Nascimento do Carmelo

“Bebê: Carmelo
DPP: 01/07
DP: 01/07 – 04:10h
40 semanas
APGAR: 9/10
Peso: 3,420 kg
Altura: 51 cm
Doula: Marina Morena
Equipe médica: Dra Juliana Vargas Vares Voll e equipe.

Sempre pensei em ter filho por volta de 29/30 anos. Não me sentia madura o suficiente e outros planos vinham a frente! Fato é que sempre haverá algo a frente, nós nunca estamos satisfeitos. E, aos 25 anos me bateu a vontade, o instinto materno, assim como no meu marido, o paterno! Conversamos, decidimos e deixamos as coisas acontecerem naturalmente, sem ansiedade, sem cobranças! Não foi difícil, a tabelinha do período fértil deu suuuuper certo e em novembro/2019 (10 dias antes de nosso casamento no civil e festa de casamento) descobri a gravidez! Não pude beber no meu casamentoo e ainda era cedo, não poderia dar a notícia pra todos!

Tive uma gravidez muito tranquila, exames sempre bons, mãe e bebê saudáveis. Fazia meu pré-natal com uma ginecologista obstetra do plano de saúde e era certo que faria uma cesaria agendada. Essa ideia me incomodava, queria tentar parto normal, não estava satisfeita com minha GO e assim foi até as 28 semanas de gestação quando eu resolvi sair da minha zona de conforto e buscar outra profissional que realizasse o parto humanizado. Encontrei, 1h e 30 minutos de consulta resolvi seguir com ela, ufaa, primeiro passo foi dado. Após isso, mergulhei no “mundo parto normal” e fui em busca de informações sobre o assunto afim de me preparar o máximo possível. Pra isso contei com a ajuda de um grupo de gestantes do Rio maravilhoso (fiquei bem perdida no inicio mas logo me encontrei, rsrs), obrigada Lívia por me apresentar esse grupo! Então veio a PANDEMIA! Afastada do trabalho passava 100% do meu dia lendo livros, artigos, acompanhando posts de profissionais da área (GO, doulas, enfermeiras obstetras, pediatras), fazendo yoga, spining babies…etc, ao fim do dia dava aulas para o marido para prepara-lo tbm (importantíssimo). Também adquiri um curso de Preparação para o Parto da minha doula Marina Morena muito esclarecedor com informações valiosas!

Ao final da gestação comecei a comer tâmaras, caminhava pelo condomínio e reduzi carboidratos e açúcar, este último menos pois a vontade de doce era grandeee.

Com 36 semanas comecei a perder tampão aos pouquinhos e os choquinhos na ppk e a dor no cóccix já incomodavam bastante (sensação de que eu estava levando cabeçadas na vagina) rsrs! Com 37 vieram as contrações de treinamento e assim fiquei por 3 semanas, sempre sem dor. Com 39 semanas já comecei a ler sobre indução pensando na possibilidade de precisar. Apesar de estar confiante de que ele viria no momento certo, a ansiedade começou a bater e o desconforto da reta final era grande, mas sempre tentei me manter calma para que as coisas fluissem bem.

Eu e meu marido estávamos a uns dias tentando assistir um filme e devido a correria de trabalho dele estava difícil conseguir um momento juntos. No dia 30/06 ele chegou do trabalho e tomamos um café, brinquei com ele e disse que a partir dali Carmelo poderia nascer, pois eu havia conseguido fazer as unhas, depilação e o cabelo estava escovado, hahaha!! Conseguimos deitar às 18:30 para assistir “O contador” (filme estranho, mas recomendo). Por volta de 19:00 comecei a sentir contrações com dor leve na coluna lombar e cólicas. Consegui terminar de ver o filme, que durou 2 horas e acabou as 21h, falei pra ele e pedi para que dormisse pois talvez tivéssemos uma longa noite pela frente e eu o chamaria se as coisas evoluíssem. As dores foram aumentando, eu já não conseguia ficar deitada, então decidi avisar a doula e minha GO, dra Juliana Vargas. Fui orientada a cronometrar e acompanhar a evolução das dores. Fomos nos falando durante todo o processo em casa. Comecei a cronometrar e as contrações estavam bem irregulares, com intervalo de 3/3, 4/4 minutos e duração de 30/40 segundos. Fui para o chuveiro quente pra ver se iria aliviar, lá permaneci por 20 minutos e tive 4 contrações muito dolorosas. Sentei, fiquei de cócoras e de 4 apoios, nada aliviava, só aumentava, mas ainda suportável (aqui já era 23:30). Fui pra bola suíça e não consegui ficar (vontade de chutar a bola pra longe) rsrs, eu apenas me movimentava pela casa buscando alívio. Lembrei da orientação da doula sobre comer algo, fui pra cozinha e comi um pote de carne moída rsrs! Combinei com ela de nos encontrarmos na maternidade. Deitei de lado no sofá e ali fiquei por +/- 1h 30 min, a dor era intensa, e eu já não estava conseguindo cronometrar. Meu marido acordou com barulho do vento nos vidros da varanda (estava ventando muitooo nesse dia) e ficou um pouco assustado, não imaginava que já teria evoluido tanto! Voltei para o chuveiro e lá só consegui ficar por 10 minutos. Eu já mal conseguia andar, me arrastava segurando nas paredes, a cada contração eu pensava “pq fui inventar de querer isso de parto normal” hahahaha! Sérgio assumiu o meu celular e conversava com a GO e doula pois eu já não conseguia digitar e cronometrar as contrações apenas vocalizava a cada contração tentando relaxar, pois eu estava totalmente tensa e travada. Minhas pernas começaram a tremer muito, quando a dor vinha eu me contraia toda e me apegava no momento dos intervalos pra tentar descansar e relaxar mas não conseguia. Só pensava “me preparei pra dor mas não imaginava ser tudo isso”, mal sabia que ainda iria piorar rsrs! Sérgio voltou a cronometrar e as contrações estavam a cada 3 minutos, com 1 minuto de duração, hora de ir pra maternidade! Lembro do Sérgio correndo pra um lado e para outro pegando as malas, documentos e separando uns lanches, me ajudando a colocar a roupa, pois nem isso eu conseguia. Por fim ele me perguntou se deveria levar a bola suíça eu disse: “claro que sim” (a bola está até agora no carro, de lá não saiu em nenhum momento) HAHAHA!

Chegamos na maternidade às 2:40h. Minha doula veio me receber no carro e eu senti um alívio em vê-la, pois sabia que ela iria me ajudar com aquelas dores tão fortes. Na recepção ela já usou uma bolsinha de água quente que me ajudou a relaxar um pouco, eu estava MUITO trêmula e MUITO tensa. Minha GO pediu para que a plantonista me examinasse enquanto ela estava indo para maternidade. Eu mal abria os olhos, buscava a posição mais confortável, que era de cócoras. Ausculta do bebê ok, e eu com 9 cm de dilatação!!! Uhul, 9 cm, me apaguei nisso, 9 cm, está quaseee, será?!

Entrei pra sala de parto as 3:00hs, a cada contração parecia que meu corpo iria desmontar de tanto tremer, eu tinha vontade de chorar mas não conseguia, só conseguia vocalizar (aqui ainda não tão alto, rsrs). Fui para a banheira e fiquei sentada por um tempo, não sei quanto. Queria virar de costas pra doula massagear a lombar, mas não conseguia me mexer, precisava de ajuda pra me mover e vi que ali estava confortável, como estava fiquei. Dra Juliana pediu para me examinar e conferir a dilatação, permiti, nada de colo, 10 cm, bebê baixinho! Me perguntou se eu estava sentindo vontade de fazer força e sugeriu a baqueta. Fui pra baqueta de parto, minha bolsa estourou e lá começaram os puxos, que loucura!! Que vontade incontrolável de fazer força e gritar! Meu bebê estava chegando, muita emoção e muita dor! Consegui tirar uma foto sorrindo neste momento entre os intervalos hahaha! Meu marido estava atrás de mim, me apoiando a cada força, mas eu falava (constantemente): “não vou aguentar, não vou conseguir”. As GO ofereceram as pernas e as mãos para que eu apoiasse e puxasse na hora da força e foi ótimo (acho que machuquei as mãos delas, hehe). Não sei quantas forças foram, só sei que senti o tão falado círculo de fogo e entendi o pq desse título!!! Senti a cabecinha dele e logo em seguida ele nasceu, às 04:10 da manhã do dia 01/07/2020!!! Nasceu meu filho, eu não estava acreditando!!! Que emoção!!! Me entregaram ele, molinho, gelatinoso, chorando muito, que emoção!!! Eu estava fraca e mal conseguia segurar ele, a pediatra pegou e colocou mais pra cima de forma que o pai conseguisse segurar também. Ficamos ali um tempo, eu estava quase deitada no colo do Sérgio e o cordão estava me incomodando, esperamos ele parar de pulsar o pai cortou. Carmelo já pegou o peito e mamou muito na sala de parto, que sensação maravilhosa!! Tudo o que havia acontecido ali, a dor, o desespero, o cansaço passou na imediatamente na hora que ele saiu e eu olhei para aquele rostinho chorando! A natureza é incrível!!! Na cama sendo avaliada eu já estava fazendo piadas sobre meus gritos, parecia que nada tinha acontecido, era só felicidade!!!

Parir foi sem dúvidas a experiência mais louca e maravilhosa da minha vida, NADA se compara. Fiquei extremamente feliz com a forma que as coisas aconteceram, de forma totalmente natural, sem intervenções! Não teve anestesista, não foi necessário chamar. Confesso, eu idealizei um parto ideal, redondinho, assim como aconteceu! Isso com muita informação, meditação, e relaxamento (áudios de relaxamento do curso da minha doula, mágicos, recomendo super). Porém eu sempre estive consciente de que intervenções poderiam ser necessárias, que meu TP poderia ser bem longo e até precisar de uma cesaria de emergência, e tudo bem, pois cada parto é único! Mas o meu foco sempre foi: vai dar tudo certo!

Só agradeço a Deus por esse presente, por ele ter nascido saudável e da melhor forma pra ELE! Meu parceiro, meu marido, meu amor, pai do meu filho, essencial seu apoio para e parceria nessa aventura! Comprou a ideia de parto normal comigo e seguimos juntos no nosso objetivo, obrigada ❤️

EU PARI!!!!!!”

Relato de Parto – Ianê e Anna

“Acho que o relato de parto da Anna começa logo depois do parto da Olivia. Com uma cefaléia pós ráqui MUITO incomoda, muito dolorida.

Dias depois de Olivia nascida eu já pensava em parir de novo. Gostaria MUITO de parir novamente, sem analgesia.

Olívia na primeira tentativa de indução

(Eu amo o parto da Olivia. Foi o primeiro. Não me arrependo da analgesia em si. Eu estava MUITO nervosa! E aquela calma foi muito boa pra mim. Eu pude participar do momento do nascimento dela com tranquilidade sem a dor envolvendo tudo. Funcionou naquele momento. É uma dor alucinante… E até aquele momento desconhecida.)

Quase 3 anos depois eu ia passar por tudo de novo… minha “única” certeza era que eu não queria analgesia.

Vou contar um pouco da gestação da Anna primeiro. Estávamos há quase 6 meses morando no Rio. Olivia na creche (coisa que eu NUNCA quis, mas ela estava há um ano em creche), eu tinha acabado de sair da VT em Niterói e estava temporariamente em uma VT na Lavradio. Ia trabalhar em uma Turma no 2o grau. Um trabalho COMPLETAMENTE desconhecido pra mim.

Em 18/06/2019 pela manhã eu fiz o teste em casa e deu positivo. Eu REALMENTE não estava esperando. Não foi nem um risco calculado. Aconteceu e eu nem lembrava como (o Bruno disse que lembrava). A situação era: passagens áreas emitidas para dois destinos diferentes pra nós 3. Hotéis reservados. Planejamentos e mais planejamentos de férias… Ter outro filho morando naquele apartamento pequeno não era mais uma opção. já estava apertado para nós 4… não caberia mais um bebê!

No ano anterior eu tinha sofrido um aborto. Outra gravidez não planejada, mas tínhamos total consciência dos riscos e escolhemos corrê-los. A gestação veio, no segundo mês passei por uma marsupialização, depois da recuperação da cirurgia tive muito mal estar geral, cheguei a ir 3 vezes na emergência, febre, queda de pressão, mas o diagnóstico de aborto retido só veio 4 semanas depois, durante a morfológica de 1º trimestre. Depois teve uma AMIU e aí sim eu fiquei fisicamente bem.

No dia 1º de Agosto de 2019 realizamos a ultrassonografia morfológica de 1º trimestre e o feto estava ótimo! Se desenvolvia perfeitamente. E aí sim começamos a refazer os planos para o ano seguinte. Conseguimos transferir a viagem de férias do ano seguinte para um versão reduzida juntando feriados, folgas de TRE, e horas extras para o final de outubro/início de novembro de 2019. Pagamos uma pequena fortuna nas passagens aéreas, mas conseguimos transferir o hotel e alugar carro, seguro viagem, e uma diária extra em outro hotel com o que já estávamos pagando para a viagem do ano seguinte. 1 viagem resolvida! (E foi a MELHOR viagem que fizemos juntos! Olivia 100% interativa, curtindo TUDO! Acordando e falando: “Já está sol!”, saindo de uma atração e imediatamente me perguntando: “Agora vamos aonde, mamãe?”)

Em 28 de setembro descobrimos que teríamos uma segunda menina. Desde quando começamos a falar com Olivia que eu estava grávida (após 1º de Agosto), ela já falava que ia se chamar AnnaiElsa, e de fato era uma menina. Eu não estava muito convencida do nome Anna e isso só foi decidido em 6 de dezembro.

Tínhamos ainda a viagem do recesso forense. Eu estaria com 32 semanas de gestação. Uma pequena loucura. Fui fazer hidroginástica, pensando em ficar bem e me preparar para a viagem. Enquanto isso no trabalho, aprendendo muitas coisas novas, trabalhando bastante. O pré-natal protocolar. Durante o mês de novembro eu fui mais rigorosa com as marcações da glicemia e logo no início de dezembro fui a uma terceira endocrinologista no pré-natal e logo comecei a fazer uso de insulina. Era uma preocupação a mais, uma rotina a mais.

Para esse parto eu fiz questão de outras coisas que eu não tive na gestação de Olivia, queria registrar o parto. E nessa procura acabei decidindo ter uma doula também. Me preocupava Bruno por acaso não poder estar comigo por causa de Olivia… E foram as melhores decisões que eu tomei.

Foi só uma semana antes da viagem em Dezembro que resolvemos irmos de fato. Reservei o último hotel que faltava (o único que não estava reservado desde antes da gestação), fiz todo planejamento pra semana, no dia 23 de dezembro fiz uma nova ultrassom e estava tudo ótimo com Anna. Embarcamos em 25 de dezembro. Chegando em Lisboa em 26 de dezembro. Fomos para o hotel tomar banho e dormir! Mas ainda passeamos bastante até o final do dia. Especialmente agora durante a quarentena, QUE BOM QUE NÃO DESISTIMOS DESSA VIAGEM! Correu tudo bem com a gestação. Conhecemos Lisboa e Barcelona. Assisti a peça do Harry Potter em Londres, fui ao Tuor nos Studios, fomos a Windsor, Stonehenge… Cumprimos todo os pontos pensados quando decidi o roteiro. Oceanário de Lisboa, Winter Wonderland, Kensington Gardens, Museu de História Natural em Londres, conhecer a neve, Camp Nou, Sagrada Família em Barcelona.

Janeiro chegou e trabalhei bastante até o último dia. Mais médicos, nutricionista, comecei a fazer acupuntura e as sessões com a Priscila eram maravilhosas. Aliviaram o corpo e alma. Era um sessão de terapia! E fevereiro chegou.

MEUS planos eram entrar em trabalho de parto espontâneo (não aconteceu). Depois foi internar dia 06 de fevereiro para indução. Cheguei na Maternidade, não tinha leito. Liguei para o obstetra, fomos para outro hospital, começamos a indução por volta de 16h. Colo desfavorável, começa a indução com a introdução do comprimido de miso.

Não sentia nada. Cheguei a sentir algumas contrações, mas não engrenou… colocamos outro comprimido e nada. No dia seguinte continue no hospital… não engrenava… o colo não modificava NADA. 5 comprimidos depois, o colo continuava do MESMO JEITO.

Conversei bastante com meu obstetra e sempre deixando claro que cesárea NÃO era uma opção pra mim, e ele sugeriu que eu tivesse alta, fizesse outra ultrassonografia, mais uma sessão de acupuntura, e retornar na quinta-feira 13/02 para começarmos a indução novamente. Eu mantive a esperança de entrar em trabalho de parto espontaneamente, sai do hospital e fui encontrar minha mãe e Olivia na casa do meu irmão. Depois fomos pra casa da minha mãe e dormimos na casa alugada em Magé. Estávamos exaustos e precisávamos descansar. No dia seguinte fomos almoçar com a família do Bruno na casa da minha sogra, e só chegamos de volta em casa no domingo a noite. Na segunda-feira Olivia já estava fora da creche e ficou comigo até Bruno voltar do trabalho. Depois fui para a sessão de acupuntura e então para a Emergência da Maternidade fazer a ultrassonografia com doppler. Anna estava ótima.

Na terça-feira fui com Olivia no shopping. Um passeio só nós duas, e ocupar o tempo dela, já que ela estava fora da creche. Ficamos por 1 hora no Animasom e Bruno chegou para nos encontrar. Jantamos no shopping antes de voltar pra casa. Na quarta-feira, na véspera da segunda internação, planejei ter um dia delicioso com Olivia. E assim foi. Fui com ela para o Shopping Metropolitano. Almoçamos no Balada Mix, foi um almoço super gostoso só nós duas. Depois ela ficou 3 horas na Estação Turma da Mônica. Brincou MUITO! Se divertiu um monte! Várias atividades diferentes. Até Bruno chegar. Depois ainda fizemos nossa última refeição do ano no Outback. Nosso último passeio em família antes de Anna chegar. Foi um dia delicioso!

Quinta-feira 13/02: Saímos de casa de manhã, passamos na casa do meu irmão para deixar Olivia com minha mãe, e fomos para a Maternidade.
Eu estava muito menos confiante que uma semana antes.

Um parênteses: a indução da Olivia funcionou com 2 comprimidos de misoprostol. Foi colocado um comprimido de manhã, por volta de 8 horas da manhã. Um segundo comprimido por volta de 15h e ela nasceu às 19:23h. Quando eu internei no dia 06/02 eu tinha CERTEZA que Anna nasceria naquela semana e a indução funcionaria e seria muito rápido. Chamei a doula, chamei a fotógrafa, nada aconteceu, fiquei super frustrada e constrangida e dessa vez eu não estava tão confiante e não queria “incomodar” ninguém.

Chegamos na Maternidade, internamos, e ficamos aguardando o obstetra chegar. E fiz questão de pedir meu almoço, ligando para meu médico, porque não queriam me dar! O médico chegou por volta de 14h, o colo estava praticamente igual na alta anterior, e foi introduzido o primeiro comprimido. Passei a tarde andando no quarto, fazendo planos de viagens para 2022 até 2023. Isso fez meu dia passar muito mais rápido… Fazer planos pra viajar (e principalmente executar meus planos) me animam imensamente. O dia passou, nada senti. Por volta de 21h o médico retornou e havia tido pouca evolução no colo. Ele decidiu então introduzir dois comprimidos. Assim fizemos. Conversamos mais um pouco e já estávamos traçando estratégias para o dia seguinte. Ele foi embora. Eu continuava sem sentir nada… Já frustrada decidi dormir por volta de 23h.

Acordei de repente. 01:55h. Sentia uma cólica. Bruno roncava… Mais uns minutos e senti novamente, mais forte. Abri o aplicativo e comecei a marcar, eu contraia de 3 em 3 minutos, por uns 50 segundos, cada contração mais forte que a anterior. Eu já estava com vontade de ir ao banheiro. Comecei a chamar o Bruno e ele demorou uns 5 minutos para acordar. Pedi ajuda, fui ao banheiro. Liguei o chuveiro quente.

02:15h, Bruno entrou em contato com o médico, ele disse que viria imediatamente. Bruno me perguntou se deveria chamar a doula. Eu disse que não. A contração veio, eu disse: fala com ela!
As contrações vinham de 3 em 3 minutos, longas, cada vez mais doloridas.
O médico chegou exatamente no momento que já tinha ficado cansada no chuveiro e voltava pra cama. Às 2:55h.

Em incríveis 15 minutos a doula estava a caminho. Marina chegou às 3 horas. Quando a Rita chegou, às 3:15h, eu já vocalizava bastante, mas ainda baixo. Marina fez massagens, usou óleos essenciais, e hoje (quase 4 meses depois), se não fosse o vídeo, eu lembraria muito pouco. Sei que durante o trabalho de parto ativo, que foi MUITO rápido, eu pedi analgesia. Enquanto a contração vinha e estava super forte dolorida, eu choramingava pedindo analgesia, “por favor”, eu não estava aguentando aquilo, “dói MUITO”… E aí sim eu gritava na contração… Um “aaaaahhhhhh” bem alto, forte, longo…

Não sei se por causa da indução, mas eu tinha 3 contrações seguidas sem descanso… A contração é como uma onda, e lá em cima é mais dolorido, dura uns 30/40 segundos, talvez, de dor MUITO intensa, e aí a dor vai diminuindo, até, teoricamente, parar, por talvez, 1 minuto… A minha onda diminuía, e voltava a aumentar, sem ter o momento de ausência de dor… Às vezes duas vezes seguidas, mas chegou a 3 contrações seguidas, sem descanso…

Dentro desse tempo que a Marina ficou comigo, do momento que ela chegou até Anna nascer, eu fiquei apoiada na lateral da cama, subi na cama e fiquei apoiada na cabeceira (lembro bem de apertar meu rosto quando a dor estava muito intensa, ainda gemendo, choramingando, reclamando num tom normal), sentei na bola na outra lateral da cama, até a Marina sugerir voltar para o chuveiro.

Lembro de ter berrado assim que minha barriga encostou na água do chuveiro… Acho que a água estava muito quente… Mas não foi uma queimadura, foi um grande desconforto… Gritei que não queria ficar ali, não queria a água. A água cessou, eu estava sentada na bola, eu pulei da bola, levantando, gritando, a bola sumiu, mas eu não consegui mais sair dali. Depois que eu levantei da bola a bolsa estourou. Veio outra contração e eu me agarrei na barra do chuveiro, agachei, e me senti tão confortável quanto possível naquela posição.

Em algum momento aí eu fiz cocô, pegaram e jogaram fora (provavelmente no vaso), saíram também vários pontos de hemorróidas, e isso foi o que mais incomodou no pós parto imediato.

Eu não lembro exatamente tudo que aconteceu, nem como. Trouxeram a banqueta, e entre uma contração e outra conseguiram me ajudar e deslocar para a banqueta. Marina ficou atrás de mim e acho que já na primeira contração na banqueta eu lembro de dizer que a dor tinha mudado. Lembro disso nitidamente. A dor da contração tinha aliviado. Comecei a sentir os puxos e a ardência forte da cabeça da Anna descendo.

Não sei quantas contrações de fato foram. Acho que talvez umas 5. Lembro que quando vinha a vontade de fazer força, eu fazia. Gemia. E ardia. Até ela nascer e sentir alívio! E que sensação MARAVILHOSA! Anna nasceu 04:01h. Absolutamente toda a dor desaparece. E esse momento é indescritível. A sensação da vitória. De ter alcançado alguma coisa MUITO MUITO difícil. Ela foi recebida pelo Dr. Rodrigo e imediatamente me passou ela. Dessa vez eu a peguei. Fiquei com ela no meu colo. Olhei pra ela. Unhas SUPER compridas! Cheguei a colocar ela no peito, mas ela não pegou… Pouco tempo depois senti vontade de empurrar de novo e a placenta saiu inteirinha. E sem absolutamente nenhuma dor.

Voltei pra cama pra ser avaliada. E aí começaram os sintomas mas estranhos: uma tremedeira intensa nas pernas. Tremia MUITO. Anna foi sendo avaliada pelo pediatra. Eu levei alguns pontos. Não sei quantos. Mas foram poucos. E depois que estava tudo bem. Anna já estava mamando vigorosamente. Deitada direto na minha pele e só coberta com a mantinha… todos foram embora um a um. Avisamos do nascimento dela… Nós 3 dormimos pela manhã.

Quando Olivia nasceu eu passei praticamente uma semana sem dormir. Dormi talvez em média duas horas por dia dentro dessa semana.

3 horas depois que Anna nasceu eu dormi! Dormi de manhã. Dormi de tarde. (Enquanto minha mãe e Olivia ainda estavam no quarto da maternidade. Eu dormi).

Eu estava calma, eu estava em paz. Eu estava segura! E eu dormi! E Anna também dormiu! MUITO! E ainda dorme! Dorme muito bem!

Aquela bebê não planejada me permitiu mais uma reconstrução. Ela me cativou. Rapidamente me apaixonei intensamente por ela. Sempre estive tranquila em estar à disposição do que fosse melhor pra ela. Anna chora muito pouco. Em 5 meses NUNCA teve uma cólica. (E eu comi quilos de chocolate, feijão, cebola, alho… não faço NADA de dieta, restrição alimentar). Riu super cedo. Gargalhou com pouco mais de 4 meses. Antes de 5 meses já está ficando de quatro apoios, com cabeça e barriga levantando do chão. Ela tem tranquilidade. Liberdade para se desenvolver. Mama nos primeiros sinais, é atendida nos primeiros resmungos. E isso nos mantém muito mais tranquilos e harmônicos. É maravilhoso!”

Mãe: Ianê
Pai: Bruno
Bebê: Anna
Médico: Dr. Rodrigo Vianna
Doula: Marina Morena
Fotógrafa: Rita Mello
Neonatologista: Dr. Carlos Alberto Cordeiro

Yoga para Gestantes – Sequência para o ciático

Gravei essa aula quando estava grávida de 28 semanas da Elis! Que saudades desse barrigão!!! Uma sequência para prevenir e amenizar dores no nervo ciático, um desconforto que pode aparecer durante a gestação. Prática voltada para gestantes, mas que todo mundo pode fazer. Gravada no Espaço AMA Psicologia e Bem-Estar, onde dou aulas para gestantes e puérperas! Vem praticar comigo

Essa aula pode ser feita por gestantes de qualquer idade gestacional, desde que tenham o aval da equipe médica que as acompanha para praticar atividades físicas e que não tenham questões de saúde ou lesões. Para praticar com segurança, procure um instrutor especializado em gestantes.

Meu relato de parto

Compartilho aqui o meu relato de parto, que começou a ser escrito em posts do Instagram, quando Elis fez 1 aninho.

 

P_20180614_031935Parte 1

Um ano, Elis! Na noite do dia 13 de junho, vieram os primeiros sinais da sua chegada. Às 20h30 saiu um pouco de tampão e às 23h45, mais ou menos, as contrações começaram a doer. Eu avisei a doula @flaviapenedo_doula e à nossa fotógrafa @ericasoaresfotografia que estavam suportáveis e que a gente ia começar a monitorar. Minha última mensagem foi: vou tentar dormir. Mas não consegui. Em pouco tempo já contraia de 3 em 3 minutos, vocalizava e lembro de ter pensado “acho que está indo rápido demais”. Seu pai @dyomenezes assumiu a comunicação com a equipe. A doula chegou por volta de 2h. Usou uns óleos cheirosos, colocou uma playlist de mantras. Nossa! Que alívio! Mas ao mesmo tempo as contrações ficaram cada vez mais fortes. Os intervalos eram muito prazerosos, mas o pico das contrações estava cada vez mais difícil de suportar. Eu queria fotos do trabalho de parto em casa, mas não conseguia pensar se era hora ou não da Érica vir. O papai a chamou, mas quando ela estava a caminho, veio uma contração que me fez querer subir pelas paredes. Me assustou. E eu quis ir pra maternidade. O único registro que temos dessa parte é essa foto borrada, tirada pelo papai com o meu celular. Viola está em primeiro plano, eu estou sentada na bola e a Flavia faz massagem em mim

#doula #doulaemae #fotografadeparto #relatodeparto #parto #partohumanizado

[Parte 2]

Papai pediu para a nossa fotógrafa @ericasoaresfotografia segurar o Uber ao chegar para que a gente fosse pra maternidade nesse mesmo carro. Lembro que a @flaviapenedo_doula conversou com a obstetra @anafialho.obstare quando chegou e avisou que a gente ia ficar um pouco mais em casa. Logo depois teve que ligar de novo, porque eu mudei de ideia após uma contração sinistra, rs.

Frame CarroEu perguntei pra Flávia: “não é possível que eu esteja com 2 cm, né?”. E ela respondeu o óbvio, rs. Que sim, era possível, e que se fosse o caso a gente voltaria pra casa. Mas a cada contração eu tinha mais certeza de que vc estava chegando. Peguei minha bolsa vermelha, um travesseiro azul, mais algumas coisas importantes e fui pro elevador. Seu pai correndo de um lado pro outro, pegando as malas, colocando comida pra Viola e fazendo sei lá eu mais o que. Veio outra contração bizarra e eu esmurrei a porta do elevador: “Vamos!!! Quero ir embora!!!!”. Entrei no carro, fechei os olhos e torci para que não demorasse muito. O motorista comentou que o túnel Santa Bárbara estava fechado e eu quase me desesperei pensando que a gente teria que ir pela Lapa, mas por sorte não estava. Andar de carro em trabalho de parto é muito ruim, eu já tinha acompanhado várias mulheres nesse momento e sabia muito bem o que me aguardava. Fiquei de frente pro banco, na posição mais confortável, e a Flávia foi fazendo massagens. Mal olhei para a Érica, que começou a fazer os registros ali mesmo. Eram 3h30

#doula #doulaemae #fotografadeparto #relatodeparto #parto #partohumanizado #mareiaporEricaSoares

marina-morena-2[Parte 3]

Chegamos na maternidade por volta de 3h40 da manhã. Dei um urro na recepção e falei: “não to aguentando mais”. Mas nos intervalos eu respirava, me acalmava e sabia que estava conseguindo, estava tudo bem, vc se mexia, estava tudo bem com a gente. A @flaviapenedo_doula segurou minhas mãos e falou algo que não me lembro. O segurança nos disse que a gente não podia ficar ali, tínhamos que ir para a emergência, no 1o andar. Peguei meu travesseiro azul e segui pelo caminho que já tinha feito tantas vezes, acompanhando mulheres em trabalho de parto.

No caminho para o elevador, mais uma contração. Desta vez, em vez de vocalizar “aaaaah”, veio um urro visceral, totalmente involuntário: “rrrrrrrrrr”. Me curvei pra frente, apoiando na parede e na doula. Seria um puxo? Será que estou no expulsivo? Mas já? Será que ela está bem posicionada? Minha obstetra vai chegar a tempo? A minha cabeça de doula não parava de funcionar. Vc ficou posterior no final da gestação e eu estava preocupada com um parto com vc nessa posição (tende a ser mais longo e doloroso, com maiores chances de cesárea).

marina-morena-6Em algum momento a obstetra @anafialho.obstare apareceu (no vídeo da @ericasoaresfotografia ela aparece dentro do elevador com a gente, mas nem vendo as imagens entendo como ela foi parar ali). Da emergência fomos direto pra sala de parto. Esperamos apenas a liberação da internação que seu pai @dyomenezes foi fazer. Não fui examinada, não passei por nenhum toque no trabalho de parto, nem em toda a gestação. A Ana não tocou porque não há indicação de toque de rotina. É possível diagnosticar que a mulher está em trabalho de parto pelo padrão das contrações e pelos sinais que ela e seu corpo dão. Também é possível identificar se o bebê está descendo pelo foco da ausculta fetal (onde está o coração do bebê). O toque pode ser feito para avaliar a progressão do trabalho de parto, mas de 4 em 4 horas, e se necessário. Tocar pra que? É um exame incômodo, que pode aumentar o risco de infecção e que não deveria ser tão banalizado como é.

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marina-morena-17[Parte 4]

Chegamos na sala de parto e a banheira já estava enchendo. A @flaviapenedo_doula me perguntou se eu queria tirar o top e colocar o sutiã de renda (coloquei no meu plano de parto que gostaria que ela me lembrasse disso, rsrs). O plano de parto é um documento que a mulher (ou a família) escreve dizendo como gostaria que o passo fosse. Uma forma de empoderar a mulher, que busca se informar sobre as etapas e as possíveis intervenções no corpo dela e no bebê. É também uma ferramenta maravilhosa para mentalizar o processo e visualizar como você gostaria que tudo acontecesse. Nossa mente, filha, é poderosa demais.

marina-morena-48Entrei na banheira e foi um grande alívio! Que delícia ficar dentro da água com o chuveiro caindo nas costas. Quando vinha uma contração, parecia que nada daquilo aliviava, mas ela passava. Como uma onda, vinha, me arrebentava e ia embora. E eu relaxava nos intervalos. As contrações começavam mais leves, atingiam o tamanho de uma montanha, (me) arrebentavam e depois iam embora. E vinha a calmaria. Eu ficava surpresa com a força e a potência dessas ondas. “Meu corpo está produzindo isso. UAU!”

De repente as contrações ficaram mais espaçadas. Intervalos mais longos e prazerosos. Era o final da fase de transição. Uma pausa fisiológica para o meu corpo descansar e se preparar para o expulsivo. O seu nascimento estava próximo…

marina-morena-64[Parte 5]

Entrei no período expulsivo, que é quando o colo do útero atinge dilatação total, permitindo que o bebê desça pelo canal vaginal. Como eu já te disse, não fui tocada no trabalho de parto (nem na gestação), mas sei que estava nessa fase porque sentia muita vontade de fazer força e a dor na lombar que comecei a sentir era diferente das contrações da dilatação. Dizem que essa parte dói menos, mas pra mim não sei se foi bem assim. Doía muito a lombar, e quase não havia alívio dessa dor. Senti um POC quando estava na banheira e avisei a todos: “a bolsa estourou!”

A dor na lombar e os puxos que chegaram tão rápidos me fizeram achar que vc estava posterior, olhando pra frente e não pro meu bumbum, uma posição que vc ficou bastante durante a gestação e que significa um parto mais doloroso, demorado e uma maior chance de cesárea. Perguntei pra Ana: “essa vontade de empurrar é ela?”, e ela sorriu fazendo sim com a cabeça. Na verdade eu queria saber se era vc que estava chegando ou se era a posição posterior que estava me dando aquela sensação (a mulher sente dor na lombar e “puxos falsos”). Não consegui verbalizar isso e achei melhor deixar pra lá, rs

Pedi para desligarem a música, porque eu estava cantando mentalmente e tinha a sensação de estar muito no racional. Eu tinha receio de ficar ouvindo os gritos das outras mulheres e os barulhos que as pessoas fazem no corredor, mas o silêncio e os ruídos me ajudaram a entrar em um estado de transe muito maior do que a playlist, que fiquei anos elaborando e ouvindo diariamente na gestação.

marina-morena-46Os puxos vinham fraquinhos, eu fazia força, mas logo parava a vontade de empurrar. E a dor na lombar estava me matando. Eu me apoiava nas pernas do papai na banheira e apertava firme a mão dele a cada contração. A Flávia tentou usar um lençol como um rebozo para eu relaxar o quadril e a lombar, mas eu sabia que a dor só ia passar quando vc nascesse e eu entrei numas de “ta perto, falta pouco, ela vai nascer logo”. Olhei ao redor e tinha um pouco de cocô na água (super normal, todo mundo faz e é mais um sinal de que o bebê está perto de nascer), me deu um certo nojinho e fiquei com a sensação de que as contrações não estavam efetivas ali. Pensei: “vou sair daqui para ver se ela nasce mais rápido”.

marina-morena-113[Parte 6]

Fui pra banqueta. Sentia vc se mexendo, sentia que tinha espaço para vc nascer. Os puxos vinham, eu empurrava, mas faltava um pouco ainda, não sentia vc coroando, aquela queimação do círculo de fogo. Então eu poupava minhas energias, empurrava, mas sabia que ainda podia demorar. Comecei a sentir um cansaço, uma vontade de dormir e fui pra maca ficar em quatro apoios, na postura da criança (balasana). Pratiquei muito na gestação, é muito confortável, permite alongar a coluna e relaxar a cabeça, ombros, braços, entregar o peso do corpo para o solo. Mas nessa hora foi horrível, hahaha, doía muito!

Voltei pra banqueta e quando comecei a sentir a tal ardência, pensei “agora ela nasce logo!”. Mas que nada, ainda passou quase uma hora até o seu nascimento. Eu sentia que meu períneo já estava no máximo do máximo do máximo de estiramento, mas colocava a mão e sentia que só um pouquinho da sua cabeça estava pra fora. E a cada contração eu descobria que existia um máximo ainda mais além do que eu imaginava ser possível alcançar, rsrs. A ardência foi bem difícil pra mim, uma queimação muito esquisita, sensações estranhas, diferentes do que eu imaginava que sentiria. Nessa hora eu só queria que acabasse logo, que vc nascesse na próxima contração… seu pai tentava me incentivar com frases fofas como “ela vai nascer na contração certinha”, “você consegue!”, e eu tinha a vontade de dizer que ele não fazia ideia do que eu estava passando, rsrs, mas só conseguia responder: “ta bom, ta bom, não fala nada não”, rsrs, ou algo do tipo.

marina-morena-125Eu lembrava de abrir bem e boca e relaxar a mandíbula entre as contrações, para relaxar a musculatura do períneo, porque quando relaxamos a boca e vocalizamos, o assoalho pélvico também relaxa. Várias vezes a Flavia me orientou a relaxar os ombros. Eu só pensava em respirar e me manter calma.

Levantei, dei uma rebolada segurando no rebozo, a Flavia sugeriu que eu andasse, e minha vontade era responder “cê tá loka, miga?”. Eu estava muito determinada que vc nascesse logo naquela banqueta. Mas vc não estava tão a fim de pular pra fora da minha barriga não, rsrs.

marina-morena-146[Parte 7]

A queimação foi aumentando, aumentando, passando muitas vezes do insuportável. Minha sensação era de que minha vagina estava seca. Falei isso para a Ana e ela perguntou se eu queria uma compressa quente. Falei que sim, mas quando ela começou a aplicar, foi como se alguém jogasse querosene em uma ferida aberta. Muito desconfortável e eu não conseguia falar que não estava bom. Pouco depois disso, senti que vc tinha parado em um lugar horrível, como alguém que abre uma porta de tecido, mas fica lá bem no meio, segurando as bordas sem entrar ou sair. “Ta num lugar horrível! Tem que sair daí, tem que nascer!”, e a Ana calmamente me disse que fora da contração vc não iria nascer. Eu chamava as contrações, falava “vem contração, vem filha”, tamanha a minha vontade de que vc nascesse logo. E finalmente vc veio. Eu empurrei, meio sem saber se ainda era contração ou não, a Ana estava direcionando levemente sua cabeça pra baixo, para evitar uma laceração e você veio em um tiro só. Incrivelmente rápido vc estava no meu colo. E eu só dizia “meu Deus, meu Deus!”.

Se doeu? Doeu. Bastante. Eu sabia o que esperar, já tinha visto dezenas de partos, mas é uma experiência muito pessoal. As sensações para cada mulher são diferentes, as dificuldades e até as lembranças da experiência. Foi como eu esperava e ao mesmo tempo completamente diferente.

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Respiração relaxante – Yoga para Gestantes

Eu também estou grávida!  E gravei uma aula sobre a respiração diafragmática. Ótima para relaxar junto com o bebê e lidar com os desconfortos da gravidez. Foi o que me acalmou em muitos momentos de enjoo, azia, ansiedade… Prática voltada para gestantes, mas que todo mundo pode fazer. Gravada no Espaço AMA Psicologia e Bem-Estar, onde dou aulas para gestantes e puérperas! Vem respirar comigo 

Parto da Natália – Nascimento do Antônio

Fui contratada para registrar o parto da Natália enquanto ela estava em trabalho de parto (!) Gosto de fazer uma entrevista com o casal antes do parto, explicar como faço meu trabalho, o cuidado que tenho para não atrapalhar o processo do trabalho de parto, e a importância de registrar o nascimento – para o bebê futuramente saber como ele foi recebido no mundo (com muito amor e respeito), para o casal rever e relembrar a conquista e todas as dificuldades enfrentadas e superadas, e para a sociedade como um todo se informar sobre o que é um parto humanizado e a importância de uma assistência atualizada e baseada em evidências científicas. São imagens extremamente poderosas e empoderadoras. Com a Naty e o Rafa não tive tempo de explicar nada disso. A doula deles, a querida Fernanda Melino, nos conectou e tudo fluiu maravilhosamente bem. Desses presentes que a vida nos dá e desses encontros energéticos inexplicáveis. Na entrega do material, visitei o casal e conheci a trajetória até chegar a esse parto. Houve muita busca por informação, empoderamento, parceria e força de vontade. É o registro de uma grande conquista. Parabéns!!! E muito obrigada! Gratidão! #partonatural #partohumanizado #fotografiadeparto 

*fotos publicadas com autorização do casal

1 aninho do Benjamin!

Venho acompanhando o Benjamin desde a barriga! Primeiro como professora de Yoga da mãe dele, depois como fotógrafa do ensaio gestante e da rotina do bebê. Fiquei muito feliz com o convite para registrar a festa de um aninho dele. O tema tinha tudo a ver com esse leonino: Rei Leão! A farra foi boa ♥

Esperando o Leonardo

Os pais do Leo, a Carine e o Beto, adoram uma aventura. Trilha, estrada, cachoeira, mato, praia e mar é com eles mesmos. Por isso escolheram a Prainha, uma praia da zona oeste do Rio, distante do caos urbano, reduto de surfistas e que tem um pouco de tudo o que eles adoram. Quando a Carine estava com 34 semanas de gestação, fomos até lá de manhã cedinho para uma linda sessão de fotos da barriga, que já deixou saudade